01 agosto 2005

...não ao não. É PROIBIDO PROIBIR...

Após rever meus conceitos, resolvo destronar o déspota que vos escrevia. A censura do último dia 24 nos priva do direito de ler e desler, cuspir e engolir, ir ou vir, comer e descomer. Cuidando de subtrair os nomes, bem como as partes corporais menos distintas dos envolvidos, tenho a satisfação de vos mimosear com pequena amostra do que fora indevida e ilegalmente extirpado de vossas vistas:
...Amargo, beijava a contragosto. Ansiava vomitar-lhe e desci embaboseando-lhe o dorso. Alcancei sua metade, alvitreira, até o amargo multiplicar-se. O céu colava-se ao inferno de minha boca, mucosa era toda minha mandíbula. Enojei. Larguei-a. Ela, só por rancor, agarrara meus gestos pelo cabelo e experimentou em minha boca o gosto de seu próprio prazer.
Sabia: não importava o quanto eu escovasse meus dentes, a gengiva e a língua, e mesmo se os substituísse, aquele engasgo, o hálito vencido e fedido, ainda ninhar-se-iam ali por algumas semanas..."

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