Suspirava-se toda para dentro de si. Toda em rarefação tornava-se leveira, raquítica. Metamorfoseava-se em sonho, quase estrambótica, porque de olhos cerrados intensamente; oprimia seu peso então para a cavidade superior do tubo digestivo denominando-se boca seu estado natural. Vomitou-se formiga, dimórfica porque ainda fêmea. Suturou os lábios da quase buceta que lhe espirrara à fora, coseu-os em costura hermética, por ziguezagues. Sem corpo não sentia a gravidade. Transcendia paredes e era como se se pusesse abaixo, ia como se viesse, metia-se acrônica e desimportava-lhe qualquer dualidade; nem razia nem gazua, nem amiga nem amante, tinha seis pernas caso tropeçasse. Nem mesmo consultava pensamento, que pesam a mente. Sequer poder-se-ia conceder-lhe uma, razão pela qual aceitava de bom grado o contragosto da sacarina. Açucareira preferia quebrar os blocos, as névoas; bem-fazeja preferia carregar de grão em grão. Radiava-se ao desencontrar seus pares, roubava a fatura, cominando-o bucho adentro. Alguns minutos apenas e a formiga enchia-se de si, anciava pela sesta, mais pesada do que o ar que lhe suportava. Meridiana, tornava à vida.
6 comentários:
e ela existe?
Anônimo,
de fato, não. Em realidade talvez. Certamente em ficção. Na verdade estava pensando em filmar um curta com essa estorinha. Vamos ver se sobra tempo e se alguém se dispõe a atuar - como formiga e fêmea.
Porque conheço uma fêmea-formiga com esses modos.
Plantar verde para colher maduro tem lá os seus riscos. Se conhece alguém com esses modos, talvez eu também a conheça. Saiam então do anonimato e conversemos às claras. Quem é ela? Você?
"XEQUE"!!!
É tão necessário assim conhecer aquele que te fala? Não consegue conversar no escuro? Se for assim, perdão pelas mensagens anteriores. A intenção não era provocar-te incômodos.
Gosto daqui.
Abraços.
Disse sobre os riscos anteriormente de se apostar no escuro. Mas aposto que sei quem você é. Direi apenas que é do sexo masculino, o que exclui a possibilidade de você ser ela.
Quanto ao fato de permanecer anônimo, anônimo, em nada me incomoda.
até logo.
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