Isso são águas passadas. O que resta visível é apenas um filete mal-navegável, decrépito. Rio nem mais transborda, nem mais há chuvas, torrentes, maremotos, enxurradas, lágrimas. O máximo de emoção surge quando o pingo do colírio no olho derrama-se rosto abaixo simulando choro. Há verbos, porém. O navegante passa deitado em sua proa: canoa qualquer. O vento ofegante, seco, custa a dar-lhe significado. As duas margens nele se encostam, isomórficas, ondulantes, dispersando o engodo indesejável. Às três e meia insetos madrugados como grilos e cigarras estridulam à expectativa de encontrá-lo vivo. Em vão.
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