Vargas mantinha o olhar apressado, tranco e chão. Tivesse o dia mil horas e ainda Vargas viveria em ebolição, sem folga, férias, calma ou animais de estimação. A vida poderia ter mil anos e Vargas nunca, nunca, nunca pararia de viver, mesmo que fosse para pensar.
Isso foi antes. Agora Vargas cultiva fartas rugas, sua mão é como papel envelhecido, amarelada, débil e elástica. O corpo pesa mais que a alma. Custa erguer-se; voz rouca que só admite bom-dia [preguiça talvez] e os pensamentos agora envoltos junto ao dano. Calúnia em idéias.
Incrivelmente [coisa de Guinness talvez] o corpo de Vargas encolhe-se dia-após-dia, exceto o nariz e as orelhas. Os cabelos caem tanto no outono quanto na primavera. Cada dia é o último, porque cada dia pode ser o último, porque há de ser, será.
Vargas molengamole. Demora-se no balançar da cadeira; deseja nada, assiste nada, tampouco a vida, tampouco vive. Rememora. Casmurro Vargas pensa em cada dia que não pensara. Chega a refletir. Quase dorme, delibera, mas logo descrê.
Isso foi antes. Agora Vargas cultiva fartas rugas, sua mão é como papel envelhecido, amarelada, débil e elástica. O corpo pesa mais que a alma. Custa erguer-se; voz rouca que só admite bom-dia [preguiça talvez] e os pensamentos agora envoltos junto ao dano. Calúnia em idéias.
Incrivelmente [coisa de Guinness talvez] o corpo de Vargas encolhe-se dia-após-dia, exceto o nariz e as orelhas. Os cabelos caem tanto no outono quanto na primavera. Cada dia é o último, porque cada dia pode ser o último, porque há de ser, será.
Vargas molengamole. Demora-se no balançar da cadeira; deseja nada, assiste nada, tampouco a vida, tampouco vive. Rememora. Casmurro Vargas pensa em cada dia que não pensara. Chega a refletir. Quase dorme, delibera, mas logo descrê.
Um comentário:
cada vez mais agora. aumentando? gostei
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