16 abril 2006

Proesia

Ela, agora o sei: sorriu-me sorriso algo irônico.
Eu, e quanta bobice: sorri-lhe de volta,
mas (não não) quanta massada, embuste - sorria triste e vazia,
corpo oco sem vida, tal porco em feijoada.

Eu, e calada sou apenas eu, aposto de tudo,
rivalidade de quem não sabe perder e ganhar,
culpo sempre Deus, e peço-lhe desculpas em orações silenciosas.
Ela, e a Monalisa é outra que não ela, sempre vírgula e faz de conta.

Eu estribilho, ela dispersa se coça.
Ela não nota ou finge, eu desamparo.
Cuspo-lhe verdades, a falsa me morde o rabo.

Sorrindo algo dissimulado,
que não era só sorriso. Sorriso
quase dissipado na fumaça de seu orgulho.

Um comentário:

Stener disse...

Cheio de dotes! Que proesa! Agora até poesia! rs...