23 novembro 2006

única estorieta sem número da Medicina paradoxal

Passáramos noite ideal: nem tão quente para evitar a cachaça nem tão fria que se desprezasse a cerveja. O médico o proibira ambos. Seu fígado estava a ponto de expirar. Meu pai não gosta de tocar no assunto. Até o entendo – fosse eu, mandaria todo mundo tomar no cú, inclusive o médico, adentraria o primeiro buteco e encheria o meu cú da mais nervosa dose. Ele é discreto. Bebíamos Antártica. Comíamos rã. Estranho não lembrar-me uma palavra sequer da conversa que mantínhamos. Não me esquece o tom amarelado e o cheiro florido da dama da noite que cultivam próximo à sua casa. Até que o garçom trouxe-nos uma Salinas. Porra!, copo lagu-inha cheio – 3 doses e meia foi o que eu calculei. O cheiro exalou. O ambiente ficara pálido e musgoso. Enterneci. Apertei os olhos, forte, bem forte. Seu costume sempre fora tomar tudo numa só talagada. Imaginava seu fígado explodindo enquanto ouvia o único e derradeiro gole. Copo à mesa. Meus olhos se abriram de susto, e BÚM.

2 comentários:

Guilherme disse...

eu diria tagalada.

Stener disse...

Duvido!!! Um lagoinha cheio? 6!!! Não acredito, mas pago pra ver!!! Nussa!!!