06 fevereiro 2007

Sentido das Coisas III

Isso nunca passou de um vai-vem, de um zig-zag, de uma metáfora que exprimisse Amor e Labirinto. Antigamente ele lia Drummond. E mesmo que não o lesse saberia que a verdade ultrapassa o uso metafórico; saberia que amor nem sempre se sente e quase nunca se diz: falsifica-se; saberia que todos os caminhos levam a Roma mesmo dentro de um labirinto. Pobre do artista que não conhece verdades perenes. O verdadeiro sempre foi algo sujo. Por isso ela ficava por cima, como quem defeca, a cavalgar, mesmo que ele se mantivesse tão imóvel quanto um cadáver. Talvez movesse os dedos dos pés, ou apenas os braços, mas nunca o tronco e as pernas. Tudo não passava de uma questão de ou ou e, de e e ou. O amor era função lógica expressa na música do Fábio Jr. acerca das metades da laranja, dois amantes, dois irmãos: “Para todo x existe um y, tal que y = x÷2.

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