12 fevereiro 2007

Sentido das Coisas V

“Todo homem ama uma mulher” pode ser substituído por “não homem ou ama uma mulher”. A lógica é machista, homofóbica. A lógica bivalente quer um mundo de homens que amam mulheres, não tem de lidar com verdadeiros. Mas as coisas, as coisas elas mesmas não têm sexo. As coisas não têm tristezas, mágoas ou melindre. As coisas não têm consciência, tino ou bom-senso. O sentido oculto das coisas é elas terem sentido em apenas uma acepção. As coisas vêm e vão, podem estar, mas nunca permaneceriam indefinidamente. As coisas se orientam. Eu não me orientava, não ia ou vinha, ficava. Por isso não posso dizer que sou coisa. Meu sentido é adjetivo, sentido figurado e contra-intuitivo, anti-horário. Sentido enquanto ser-lógico. Tão indireto quanto a lei da implicação material.

Um comentário:

Ana Luisa Lima disse...

Cada dia me agrado mais das coisas que escreve.

Você escreve de maneira direta e singular o que normalmente se diriam em mil palavras construídas de maneira rebuscada (falso-inteligente), ou tão somente, resumidas em um clichê.

Muitos beijos.

(Sabia que talvez eu vá para BH?!!Um colóquio sobre estética na UFMG.)