Pediu-me para tirar o sorriso de seu caminho. Eu lhe pedi que tirasse os olhos de meus pés. Nós nos desobedecíamos, nos atracávamos um ao outro, nos misturávamos como cachorros. Pedi-lhe que me pagasse um café.
Onde dói?
Aqui?
Levante o dedo se doer. Seu indicador batia na mesa aos compassos de uma canção. Não me advinharia o desejo.
Me esconde um segredo?
Onde?
Poderia aplaudir seu rosto de bem-me-quer-mal-me-quer, poderia sapecar a mão nessa fuça branca, pálida, de quem já morreu. E depois me vestiria de luto, meus óculos Matrix para minhas lágrimas esconder, e tropeçaria em minha volta fúnebre pelo quarteirão.
Eu preciso beber alguma coisa rapidamente.
Me paga uma salinas.
Outra.
Calava-se por alguns minutos. Ouvia. Tinha que folgar. Quanto mais eu falava, menos ouvia. A noite e o raio de sol. Para minha surpresa (ponto de exclamação seguido de vírgula) apenas o silêncio.
2 comentários:
As coisas que escreve... Cada dia mais bonitas e melhores.
=***
http://analuisalima.wordpress.com/
Endereço novo.
Beijos.
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