Astrogilda é moça de um recato. Senta-se, e sua mini-saia mostra mais do que devia. Pernas não se abrem. Se fecham. Insinuam. Pernas pra que te quero, pernas. Astrogilda tem pernas de anjo. Brinca com seus amiguinhos a brincadeira do como se. Como se como se pudesse ser brincado. Cruza as pernas como se fosse a Sharon Stone de Instinto Selvagem.
José ronca toda noite. Pausas de cinco a sete minutos. Vai num crescendo, até que pára. E recomeça. Vira-se. Revira-se. De barriga para cima seu ronco parece uma britadeira. De bruços, asfixia.
Insônia não deixa E. Apreciaria um abraço sincero. E é do tipo existencialista. Acredita em mais coisas entre o céu e a terra. Existencialista e ainda assim não pensa em suicídio como coisa séria. Pensa em matar o filho da puta de seu vizinho de baixo, que não a deixa dormir.
Hilda tem a maldade da Chiquinha e a crueza de Dona Florinda, a preguiça do Seu Madruga, a mesquinhez do Seu Barriga e o medo incontido do Chapolin Colorado. Pronuncia tantas e quais palavras inusitadas e impertinentes como o Chaves. Guarda segredos tão secretos quanto a Bruxa do 71. Não tem nada do Kiko.
Desculpas são o que melhor inventa Mar. Advogado. Ama sua boneca inflável.
Eu.
Duda é eslava. Parece um macho de frígida. Olhos verdes de se perder. Conhece Erza Pound, Böll, Grass e Faulkner.
Carolina tem qualquer coisa que. Chora.
Carlos amava Dora. Agora ama tereza, que não ama ninguém (exceto a si mesma). Poucos centímetros são quilômetros. Ela, vasta, diz incongruências sobre o amor em seu blog. Não sabe da missa o terço. Visita a igreja vestindo negro. Simula luto, medo. Esquisita. Feia, e ainda sim Carlos a ama.
Esquisofrênico como Bacamarte só havia um, Simão, que se vexava ao olhar alheio, estremecido nas pontas dos pés arranca seus os cabelos, até que Bacamarte. Olhar fixo. Ostensivo. Mínimo, que não o enxergassem. Vai até o ponto final.
Quando pequeno, João era Joãozinho. Em Minas, Joãozin, Jão, Jô, J, João. Metafísico, como se nome fosse coisa do mundo, J se encolhe ao invés de crescer. Tropeça em qualquer grão de areia. Seu sonho é construir um castelo de areia ou cavar um buraco que lhe coubesse o corpo. Pediria encarecidamente que jogassem areia por cima. Prenderia a respiração por alguns minutos. Cuspiria a areia como quem assopra fumaça. Um dia alguém ainda lhe consuma o desejo.
3 comentários:
Mania de se ver na leitura alheia. Função de um leitor ignóbil - como eu.
Senti-me como Tereza.
"Ela, vasta, diz incongruências sobre o amor em seu blog. Não sabe da missa o terço. Visita a igreja vestindo negro. Simula luto, medo. Esquisita. Feia, e ainda sim Carlos a ama."
Embora, discorde do que chamou simulação. As dores são tão lancinantes que. Ora vivo, ora morro, ora mato, ora ressussito.
Preciso me redimir com este Carlos. Diga-me, ainda há chance? Onde é que ele anda?
Beijos.
Isso foi um xeque-mate?
Se for, eu peço imediatamente a revanche.
Se não, eu lhe ofereço o empate. rs.
Você se enganou a respeito de Tereza. (sem mais)
Sobre José, que além de cego, agora também ronca, não há mulher melhor para ele do que Telma, a surda.
Mas impressionada mesmo, fiquei com Hilda, como pode uma só pessoa com tantos humores e atributos chávico-chapolínicos!?
c'est tout!
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