Ontem foi um dia bom. Feriado na casa do sêo Waldemar. Meu pai continua o mesmo – exceto os cabelos e a barba, que envelhecem por si, cada vez mais brancas e escassas. Parece-me um pouco frágil. Fala pouquíssimo – e antes já quase não se pronunciava. A perna dele é igual a minha, o joelho e o tornozelo, idênticos aos meus. O resto são mínimas diferenças. Tívessemos a mesma idade e poderíamos enganar a todos, sendo a mesma pessoa.
Saímos. Restaurante não. Bar tampouco. Buteco, que é onde nos sentimos à vontade. Coçamos o saco, tiramos a camisa e nos espreguiçamos. Houvesse espelho entre nós e seríamos um a imagem do outro. Pergunto-lhe das coisas. Responde-me que vão indo. Quer saber se ando filosofando. Digo que larguei. E o livro? Pendente. Quanto ao quadro que lhe prometera, embora não o tenha pintado, ainda estão nos planos. Um dia, um dia. Enfim eu o abraço ternamente e penso no filho como pai do homem.
Um comentário:
Bonito demais.
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